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SNEBA REUNE COM BANCO BIC

15:27 20 Setembro em Actividade Sindical
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O Sindicato Nacional dos Empregados Bancários (SNEBA) reuniu no pretérito dia 04 de Julho com Hugo Teles, Presidente da Comissão Executiva (PCE) do Banco Bic. Participaram igualmente no encontro Telma Pinheiro e Sarah Emídio Figueiredo, Directora e Subdirectora de Recursos Humanos e Formação do banco em análise. 

Por parte do SNEBA fizeram-se presente Filipe Makengo (Presidente); Filipe de Brito (Secretario de Segurança e Saúde no Trabalho); Rui Guimarães (Secretario de Comunicação e Imprensa) e Luterio Sebastião (Consultor Jurídico).  

O encontro com o Banco Bic enquadra-se na agenda de auscultação dos principais bancos comerciais a operar em Angola, nos quais o SNEBA busca aferir o desempenho da instituição em termos de gestão do capital humano, organizacional e financeiro. 

Tendo no dia 18 de Junho sido noticiado nos media que o Banco Bic pretende encerrar 40 dos seus 230 balções, devido à situação macroeconómica do país em que se regista uma contínua depreciação da moeda nacional, lançando para o desemprego cerca de 400 trabalhadores, o SNEBA deu inico ao encontro questionando os representantes da instituição sobre a veracidade dessa notícia. 

Hugo Teles referiu que o Banco Bic, à semelhança dos demais bancos comerciais, tem vindo a enfrentar enormes dificuldades financeiras, principalmente devido à escassez de divisas, situação que tem impactado a sua rentabilidade e condicionado a realização de operações sobre o estrangeiro. 

Contudo, apesar das dificuldades, o Bic ainda não fechou nenhuma agência tendo inclusive admitido, em 2023, 140 novos trabalhadores e aberto, em 2024, uma nova agência no Namibe / Tomboa no dia 1 de Junho, onde ocorreu a criação de dois postos de trabalho. 

Telma Pinheiro e Sara Figueiredo, gestoras de Recursos Humanos há mais de 18 anos do Banco Bic, afirmaram que não pretendem despedir trabalhadores nos próximos tempos.  

A título de exemplo, partilharam com o SNEBA que, anualmente, realizam um evento de responsabilidade social que visa apoiar a franja da população mais carente, no qual gastam aproximadamente meio milhão de dólares. 

A notícia sobre o encerramento de balcões e despedimento de trabalhadores divulgados pelos media foi descontextualizada, e o Banco Bic equaciona colocar um processo-crime sobe o jornal que produziu esta inverdade. 

Devido ao facto de algumas das agências do banco estarem em espaços arrendados cujos proprietários recusam-se a renegociar a renda, o Bic irá fechar algumas agências na cidade para as reabrir na periferia. 

Caso a situação macroeconómica que se vive no país se prolongue, o Bic, inevitavelmente, terá de despedir trabalhadores, à semelhança do têm feito outros bancos comerciais. 

O SNEBA mostrou-se solidário para com os lamentos do Banco Bic tendo-se disponibilizado para partilhar a sua experiência negocial no que aos despedimentos diz respeito. 

Segundo os gestores do Banco Bic esta instituição é uma pequena grande família no que ao tratamento humanizado dos Recursos Humanos diz respeito, sendo que o colectivo de trabalhadores já foi tranquilizado através de uma comunicação interna na qual se procurou esclarecê-los sobre as intenções da instituição a curto, médio, e longo prazo. 

De acordo com Hugo Teles, o Banco Bic é um exemplo a seguir pois, à semelhança de outros, não é um banco de câmbios, mas sim de operações. 

No que concerne à política salarial em vigor na instituição, o salário-base ronda os 400.00 / 500.000 Kwanzas, aplicando-se à posterior a tabela de IRT. 

Com cerca de 2145 efectivos, o Banco Bic oferece aos seus trabalhadores como benefício o seguro de saúde, extensivo ao conjugue e a todos os filhos até aos 18 anos, e tem vindo a formar os seus trabalhadores através da modalidade de e-learning.

No final do encontro, Filipe Makengo informou os presentes que a sede do SNEBA foi construída com um financiamento bonificado concedido pelo antigo PCA Fernando Teles, e que este sempre apoiou o processo de sindicalização dos trabalhadores do Bic. Tendo em conta o passado da instituição neste domínio gostaria que os actuais gestores continuassem a apoiar a luta sindical.