DECLARAÇÃO ALUSIVA AO 42º ANIVERSÁRIO DA TOMADA DA BANCA
É com muito orgulho que os Bancários e os angolanos em geral, assinalam o 42º aniversário da “Tomada da Banca” num ambiente de paz e tranquilidade, feito histórico desencadeado pelos bravos quadros, que na altura não mediram esforços para enfrentar a máquina colonial opressora e dominante, para assumir os destinos da Banca e colocá-la ao Serviço do Povo Angolano.
“Recordemos as palavras do primeiro Presidente de Angola, Dr. António Agostinho Neto, proferidas no comício realizado em saudação à criação do Kwanza:
“ O escudo estava estreitamente ligado à Banca Portuguesa. Nós agora, com o Kwanza, não estamos ligados de maneira nenhuma, à Banca Portuguesa, nem a nenhuma outra. A nossa Moeda é uma moeda independente, uma moeda que corresponde ao nosso desejo de sermos, realmente, independentes. Desde que nós proclamamos a nossa República Popular de Angola, desde que nós iniciámos a nossa luta, pela independência do País, nós sempre dissemos que é necessário chegarmos a uma independência completa, não somente ter uma outra bandeira, ter um outro hino, ter um presidente da República, mas, sim, ter todos os elementos que possam constituir um País independente. E, agora, do ponto de vista monetário, somos também independentes” texto: João Abel Neves
E sobre a acção do 14 de Agosto de 1975, citamos o seguinte:
“Em 1979, num discurso alusivo à data, o então Governador do BNA, José Carlos Victor de Carvalho, expressando a vontade de todo o colectivo de trabalhadores bancários, formulou o desejo de se propor que o dia 14 de Agosto passasse a ser considerado oficialmente e a nível nacional como o dia do Trabalhador Bancário. Este facto foi consumado a 14 de Agosto de 1980.
Porque: “A acção levada a cabo em 14 de Agosto de 1975, foi decisiva para que Angola entrasse no concerto das nações com um sistema financeiro a funcionar, ainda que com muitas debilidades, e com reservas em divisas suficientes para garantir o mínimo de importações vitais à sobrevivência do jovem Estado”. Fim da citação.
A problemática de escassez de divisas, com que o Sector Bancário se depara com a redução de liquidez, tornando-o impotente, face às necessidades incessantes do mercado interno, preocupa a Direcção do Sindicato.
A retracção das operações de concessão do crédito à economia e as famílias, venda e compra de moeda externa e de divisas, principal fonte de criação de moedas e de riqueza, bem como o volume do crédito mal-parado, tem vindo a ser o factor de estrangulamento do crescimento da economia, o que reduz sobremaneira a capacidade dos bancos em manter os níveis de liquidez, levando com que, alguns sejam forçados ao exercício de fusões.
Face a situação, do ponto de vista do SNEBA, o BNA é aqui chamado a usar o seu papel e função de regulador do sistema, com medidas corajosas, que visem o retorno da Banca à normalidade de funcionamento, por um lado. Por outro, o BNA deve instar às administrações dos bancos comerciais, de investimento e os de desenvolvimento que operam no mercado, ao cumprimento de normas, de regulação, e à aplicação cabal de critérios, processos e procedimentos, universalmente aceites e na acção de dação do crédito.
Pois, os processos de recurso a ajuda do Governo, para efeitos de recapitalização de bancos, implica esforço de toda uma nação inteira e não dos banqueiros e nem dos incumpridores.
O SNEBA, consciente do seu papel e responsabilidades, de representante dos trabalhadores bancários e parceiro do BNA e da ABANC e de todos os Bancos que operam no País, não tem poupado esforços na busca de soluções viáveis conducentes à melhoria de condições de vida e de trabalho dos seus filiados e dos Bancários em geral, estabelecendo contactos permanentes com as respectivas administrações.
A saúde como primado de vida, continua a ser preocupação do SNEBA. Apesar dos esforços financeiros que as administrações dos bancos têm feito, em prol da saúde dos seus trabalhadores, não deixa de ser inquietante, o facto de se assistir práticas de exclusão de membros do agregado familiar no sistema de assistência médica e medicamentosa por alta de custos, o que se aconselha a adopção de políticas menos penalizadores e desmotivadores dos trabalhadores.
O Secretariado Executivo Nacional como garante e defensor dos interesses da classe Bancária, pauta pela melhoria de condições sociais, culturais, económicas e financeiras, estabilidade e segurança dos postos de trabalho.
O SNEBA apela às Administrações da Banca, no sentido de proporcionar o aumento do nível de conhecimentos profissionais dos trabalhadores, dotando-lhes de acções de formação contínua.
Outrossim, é com preocupação que o Sindicato, tem vindo acompanhar a inexistência de qualificadores ocupacionais, para a implementação dos planos de gestão de carreiras, de gestão de competências e outras, como factor desmotivador dos trabalhadores com mais tempo de serviço em detrimento dos recém-admitidos, pelo que, a sua implementação impõe-se como uma necessidade premente.
Diante desta realidade, o SNEBA entende que, a implementação do aludido instrumento de gestão transparente do capital humano, privilegia a justiça. Com a utilização deste instrumento, os Bancos executariam a política de promoções com base ao tempo de serviço, qualificações, técnico-profissionais e levariam a que todos os trabalhadores envidassem esforços no cumprimento das suas tarefas e missões, contrariamente aos procedimentos actualmente utilizados em alguns Bancos, privilegiando promoções por princípios subjectivos, apesar de que a Direcção do Sindicato, reconheça e compreenda casos excepcionais e de discricionariedade das administrações dos bancos, nesta matéria.
A discussão do projecto do Acordo Colectivo de Trabalho para o Sector Bancário, é um imperativo do SNEBA, pelo que, a Direcção apresentará, no último trimestre do corrente ano, a proposta das cláusulas, objectos da discussão e negociação, com os parceiros, nomeadamente, BNA, ABANC e todos os bancos que operam no sector.
Apesar da sua longevidade, o ACT ainda em vigor, continua a ser referência e base de implementação de políticas de gestão dos Recursos Humanos, pois, seus princípios constituem referência histórica para o sector bancário, face a inflação e a variação do IPC (Índice de Preços no Consumidor).
Aqui, embora se reconheça que a situação financeira não é tão fabulosa mas que tem sido objecto de grande esforço para a redução da inflação, o SNEBA apela ao espírito patriótico e generosidade das Administrações dos Bancos, para que os salários sejam revistos trimestralmente.
Com o espírito do 14 de Agosto de 1975, o Secretariado Executivo Nacional, exorta todos os filiados e não só, a pugnar por uma conduta cívica, digna, responsável, de princípios éticos, deontológicos e uma cultura bancária exemplar.
Com diálogo permanente e contínuo, contribuamos para a solução dos problemas, engrandecendo Angola.
Neste mês de Agosto, ligada à Banca Angolana, também é decidido o futuro do País, no dia 23, pelo facto, o Secretariado Executivo Nacional, Exorta todos os Bancários e Bancárias, no activo e na reforma, a afluir às Assembleias de Voto, exercendo o seu dever cívico e de cidadania, votando conscientemente.
O Secretariado Executivo Nacional, fórmula a todos trabalhadores do sector Bancário, no activo e na reforma, votos de muita saúde, felicidade, paz e bem.
Viva o 42º Aniversário da Tomada da Banca!
Viva Angola!
SNEBA: O Valor de União.
Luanda, aos 14 de Agosto de 2017
O SECRETARIADO EXECUTIVO NACIONAL