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Inauguração da Delegação do SNEBA em Cabinda

11:42 30 Agosto em Actividade Sindical
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No âmbito do programa das comemorações dos 46 anos do dia do trabalhador bancário assinalados a 14 de Agosto do corrente ano, foi inaugurada a Delegação Provincial do SNEBA em Cabinda numa cerimónia presidida pelo presidente da direcção, Filipe Makengo, que fez acompanhar do vice-presidente. Presenciaram o acto o Director Regional do BNA, Dr. Hélder Varela, o Administrador Municipal Adjunto do município de Cabinda, Makaia, representantes da Banca comercial, órgãos da comunicação social e os integrantes da Delegação Provincial do SNEBA .


Coube a primazia do corte da fita ao Director Regional do BNA .


À margem da inauguração da Delegação, a delegação efectuou visitas de constatação a algumas agências bancárias da rede da Banca Comercial da praça local. Durante os contactos estabelecidos foi possível perceber as inúmeras dificuldades com que os bancários se debatem na execução das suas tarefas. No aspecto social, também foi notório o desalento e a apreensão generalizada dos bancários. tendo ficado claro que a banca, no geral, não tem dado tratamento digno aos trabalhadores. Neste quesito, em conjunto com as administrações da banca comercial, o SNEBA tem um árduo trabalho a realizar.


Como corolário dos contactos, a Delegação do SNEBA manteve com o colectivo de trabalhadores da Direcção Regional do BNA um encontro de esclarecimentos, do qual participaram cerca de 40 trabalhadores. A Direcção Regional do BNA, compreende as províncias de Cabinda e Zaire. Foi um encontro produtivo e profícuo, por quanto, dos participantes, foram levantadas algumas preocupações e sugestões que, de modo geral, demonstraram a vontade dos bancários em ter o Sindicato mais próximo dos dos seus problemas e, consequentemente, mais atuante. O encontro foi aproveitado para fazer a recolha de assinaturas visando a institucionalização do dia trabalhador bancário em Angola.

Intervenção do Secretário Executivo Nacional a quando a inauguração da Delegação de Cabinda

Exmo. Senhor Director Regional do BNA, Dr. Hélder Varela;

Exmo. Senhor Administrador Adjunto do Município de Cabinda, Dr. Guilherme Makaia;

Caras Bancárias e Caros Bancários; 

Minhas Senhoras e Meus Senhores;

Distintos Convidados.

Queremos em primeiro lugar, saudar todas as bancárias e todos os bancários no activo e na reforma e ao mesmo tempo aproveitar a ocasião, para parabenizar toda a classe bancária pela passagem de mais um 14 de Agosto – Dia do trabalhador Bancário.

Estamos aqui hoje para formalizar efectivamente a instalação do SNEBA, no território de Cabinda, cuja presença há muito vinha sendo exigida, pela classe bancaria local.

Este acto realiza-se ainda na ressaca das comemorações dos 46 anos do Dia do Trabalhador Bancário, mera coincidência.

Com a instalação formalizada aqui em Cabinda, estão criadas as condições plenas para o exercício da actividade e das acções sindicais, sem melindres e coacção. Pois, estarão a funcionar num espaço destinado especificamente às tarefas sindicais.

O espaço que acabamos de inaugurar, constitui o centro da acção sindical. Espaço para debates de ideias. Espaço para encontros com a classe. Espaço onde as bancárias e os bancários, onde doravante podem levar as preocupações e as denuncias. Espaço para acções de aconselhamento em caso de problemas derivados de conflitos laborais. Este é o espaço ideal para discutir os problemas da classe bancária e dos trabalhadores da Banca.

Com este espaço, as mulheres e os jovens, têm a oportunidade para aqui passarem a discutir os problemas específicos do seu segmento. Realizarem acções de aproximação com todos os bancários da praça de Cabinda. Por exemplo, fogueira do Bancário e outras iniciativas congregadoras.

É daqui onde devem sair, sugestões para melhorar a prestação do SNEBA, no seu todo e com a entrega de todos Bancários e Sindicalistas.

É aqui onde os bancários devem procurar ver esclarecidas as dúvidas e o auxílio jurídico, que eventualmente venham precisar.

O Sindicalista, nestas vestes, não tem banco. É sindicalista e bancário de todos os bancos, públicos e privados de Cabinda ao Cunene e do mar ao leste. 

O Sindicalista bancário é unificador e aglutinador de todos quanto estão fora do Sindicato, porque juntos, seremos mais fortes!

Temos consciência que o sector bancário vive situações desagradáveis no que tange a perca de postos de trabalho!

Sabemos que os bancários vivem angustiados. Pois, o seu dia-a-dia, não é um “mar de rosas”, as vezes torna-se quase que um inferno. Vão chegando à direcção do Sindicato informações de maus tratos, violência moral. Assédio, moral, psicológica e até sexual, nos locais de trabalhos. Metas abusivas, falta de condições de trabalho, falta de perspectivas sobre a carreira profissional, salários desajustados e outros. É um autêntico calvário que vive o trabalhador bancário.

Em muitos bancos, o salário de um gerente de agência, não se aproxima a 10% dos salários do SENHOR PCA/PCE ou do SENHOR Administrador.

Há bancos em que os Gerentes/Gestores, para trabalhos de campo, usam os seus meios de transportes e até de comunicações, sem apoio da instituição. São obrigados a fazê-lo sob pena de não cumprirem as ditas metas. É um autêntico abuso! É preciso que os nossos colegas denunciem estas práticas.  

Por isto, é preciso trazer todos bancários ao Sindicato, para que a luta seja levada acabo, sem ilhas.

Por outro lado, vozes há que se vão levantando, contra a manutenção de bancos públicos, que julgam ser mau elemento do sistema financeiro. É falso. Temos conhecimento da existência de bancos públicos robustos e rentáveis, pelo mundo afora.

O que há de mal em Angola é sabido! Fazem dos bancos públicos autênticos fundos de maneio. Interferências ilimitadas. Irresponsabilidade e impunidade, dos tomadores de créditos. 

Os bancos públicos são fundamentais, tendo em atenção a vertente social e o seu papel, enquanto instrumentos do Estado, na execução de políticas e projectos sociais. Ao contrário da banca privada. A banca pública não pode apenas almejar o lucro, como meta única, sem abraçar a vertente social em socorro do Estado. O banco público estará aí onde o interesse do Estado estiver presente. Mas o privado não se quer lá instalar.

Mas, é importante que os tomadores de créditos da banca pública e não só, tenham consciência que o dinheiro que recebem, é pertença de todos os angolanos e devem-no devolver para o progresso do País. O Estado como principal accionista, em caso de incumprimento, deve accionar os mecanismos convencionais para recuperação do dinheiro de todos os cidadãos.

Bancárias e Bancários: Estejam atentos. Não se deixem levar pelas teorias neoliberais.

Com os Sindicatos, trabalho é mais seguro!

Viva o 14 de Agosto!

Viva a Banca Angolana! 

Viva a Economia Social de Mercado!

SNEBA: O Valor da União!

Luanda, 27 de Agosto de 2021

O Secretário Executivo Nacional